terça-feira, janeiro 31, 2012

Se o avô fosse vivo

teria ficado orgulhoso do neto . O meu filho mais velho aceitou um convite de um professor de Educação Física para ir no Sábado a um torneio de corfbal entre equipas federadas do campeonato Sub 16 de Lisboa. Parece que a do Sporting teria míngua de jogadores e ele, que é do Benfica, aceitou porque gosta de jogar, porque era na escola dele (o professor é o seleccionador nacional da modalidade) e porque não foi contaminado pelo vírus da estupidez que cria ódios entre adeptos. Acontece que no dia do jogo apareceu a equipa do Sporting completa e portanto ele teve menos oportunidade de jogar. Outro garoto convidado colega do meu, por acaso adepto ferrenho do Sporting, estava muito aborrecido com o facto de jogar pouco e queria ir-se embora. O meu filho disse que não iria porque tinha dado a palavra dele. E, portanto, mesmo que não jogasse tinha de ficar. Tão simples como isto.


Não sei o que ele virá a ser. O que a vida lhe reserva. As escolhas que fará. Sei que para já o avô que dava uma grande importância à palavra à honra à dignidade e à espinha teria ficado contentíssimo de ver o neto exibir esta solidez de carácter. Teria ficado feliz por ver o neto exibir uma espessura de carácter acima daqueles habituais comentadores e fazedores de fretes que fazem as leis que aproveitam de seguida aqueles habituais políticos para quem a palavra é um conceito de geometria variável e viscoso. Sei que o teu avô, Gonçalo, te preferiria ver carpinteiro e de costas direitas, que engenheiro e dobrado pelas conveniências.