sábado, janeiro 05, 2013

A angústia

Não há paracetamol para a angústia. A minha corrói-me por dentro. É crescente o sentimento de exílio na circunstância. Já não é só a sensação de ser um alentejano desterrado num "outro" lado qualquer. De ser um gestor por acaso ou um professor por acidente. Mas de estar a viver um momento errado numa história escrita por Carrol. É a sensação de sair da precariedade da existência e de olhar de fora para dentro e de achar pouco mais do que ridículo o "plot". Aprisionado numa trama que não é certa nem é séria nem é justa. Tem dias em que isto é decepcionante. Noutros apenas cansativo. Ainda noutros assaz paradoxal. E, perante perplexidades várias já vão escasseando as forças para o movimento. Tanto mais que a causa final de Aristoteles é um logro. Um embuste.