"Tenho aqui a justificação que trouxe da consulta médica, dou-a a si ou entrego-a nos Recursos Humanos?"
pausa... olhar pretensamente indiferente e distraído ... e depois...
"ahh... não sei ... o "meu pessoal" não vai a consultas nem médicos ..."
surpresa ....
"bom, eu não sei sobre o resto das pessoas mas eu tenho de controlar os meus diabetes e ser seguida regularmente"
....
noutro sitio do planeta....
Uma mulher prepara-se para sair uma hora depois do horário regular, são sete da tarde, vai ainda tentar buscar um dos filhos ... à saída o chefe interpela-a...
"então vai tirar a tarde livre?"
noutro local do sistema solar ...
"Então tem aí o relatório que lhe pedi?"
"Não chefe este fim de semana não tive hipótese. O miúdo adoeceu e passámos quase todo o sábado no hospital e depois sabe como é no domingo a mãe ficou a cuidar dele e eu tive de levar a garota às aulas de natação..."
"Isso é muito mau. E inconveniente. Agora tenho de aparecer ao director e justificar-me e sabe como ele detesta estes atrasos. E eu também."
Um dia esta gente que aguenta, come, cala, suporta, engole, morde os lábios, quebra. E quebra por dentro. Quebra contra si mesma. E aqueles pequenos e médios e medíocres ditadores locais que participam nesta dança um dia quebram porque chega a sua vez.
E quebrar este círculo vicioso é bem mais fácil que parece.
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1 comentário:
na última "estória" falta a justificação ao Director
"sabe como é esta gente, só incompetentes, e depois admiram-se de ganhar pouco"
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