vivemos épocas de admirável reciclagem ideológica. Nunca terá sido tão verdadeiro o aforismo que faz lei no mundo, sempre exemplar, do futebol. Aquilo que hoje é verdade amanhã é mentira. E, não me refiro primordialmente ao aumenta impostos não aumenta impostos que corre nestes dias como panaceia ou como falta de espinha e negação do se disse ou não disse. Faltar à verdade ou mentir é uma coisa trivial entre os políticos ao sabor das circunstâncias. E as circunstâncias, hoje, ditam paladares amargos que todos temos de engolir como óleo de fígado de bacalhau. Eu essas coisas já dou de barato. O que me deixa verdadeiramente encantado é mais fundo. Ou não.
Mas se vos recordais, aqui há uns anos/meses quase todos clamavam (políticos de todos os quadrantes, banqueiros, nobres e altruístas membros dos diversos compromissos com e por Portugal, jornalistas, opinadores, comentadores de opinadores e por aí adiante que a fauna é vasta e isto não é uma apreciação às últimas evolução darwinianas) que existiam essas coisas chamadas empresas estratégicas e uns fascinantes centros de decisão nacionais de que seria pecado inominável abrir mão.
Agora, em face das mãos, pés, cabeças, e outros apêndices de significação freudiana mais profunda, correrem riscos sérios todos parecem dispostos a vender os anéis. O que parece mesmo estar em questão é quantos anéis há, se estão penhorados ou não, se chegam, se os credores os apreciarão.
O que há míngua é dos apêndices que serão salvos pela vendas dos anéis mais propriamente dos apêndices que a literatura e o saber consuetudinário consagrou como símbolos da coragem e da dignidade (e que embora resultem duma certa visão marialva são, ainda assim, genericamente aceites como metáfora da coisa). Portanto, tomates.
No vai e vem das vagas e da espuma, já nem se percebe bem o pastelão ideológico servido por todos. Os discursos misturam-se num ruído indistrinçável. As soluções propostas são gongóricas, fantasiosas, florentinas, idiotas, tipo one size fits all amplificadas pela gritaria.
No final, os mais frágeis da sociedade lixar-se-ão como de costume. A delícia, é que o número dos frágeis cresce de modo alarmante. E quando a fragilidade lhe bater à porta? não será tarde demais para fazer ouvir a voz e participar no debate, ou melhor exigir o debate?
Mas se vos recordais, aqui há uns anos/meses quase todos clamavam (políticos de todos os quadrantes, banqueiros, nobres e altruístas membros dos diversos compromissos com e por Portugal, jornalistas, opinadores, comentadores de opinadores e por aí adiante que a fauna é vasta e isto não é uma apreciação às últimas evolução darwinianas) que existiam essas coisas chamadas empresas estratégicas e uns fascinantes centros de decisão nacionais de que seria pecado inominável abrir mão.
Agora, em face das mãos, pés, cabeças, e outros apêndices de significação freudiana mais profunda, correrem riscos sérios todos parecem dispostos a vender os anéis. O que parece mesmo estar em questão é quantos anéis há, se estão penhorados ou não, se chegam, se os credores os apreciarão.
O que há míngua é dos apêndices que serão salvos pela vendas dos anéis mais propriamente dos apêndices que a literatura e o saber consuetudinário consagrou como símbolos da coragem e da dignidade (e que embora resultem duma certa visão marialva são, ainda assim, genericamente aceites como metáfora da coisa). Portanto, tomates.
No vai e vem das vagas e da espuma, já nem se percebe bem o pastelão ideológico servido por todos. Os discursos misturam-se num ruído indistrinçável. As soluções propostas são gongóricas, fantasiosas, florentinas, idiotas, tipo one size fits all amplificadas pela gritaria.
No final, os mais frágeis da sociedade lixar-se-ão como de costume. A delícia, é que o número dos frágeis cresce de modo alarmante. E quando a fragilidade lhe bater à porta? não será tarde demais para fazer ouvir a voz e participar no debate, ou melhor exigir o debate?
2 comentários:
o debate é dificultado pela presença do vazio. na altura de debater alguém vai reparar que até o ar (que propaga o som) já foi vendido
... aos Chineses.
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