em que é muito difícil fingir que somos idiotas e que acreditamos nas peças de teatro em que, segundo o Goffman, participamos na nossa vida social. Alguém me devia ter avisado que à medida que se vai envelhecendo estes papéis que temos de desempenhar são, crescentemente, cansativos e monótonos.
A natureza humana e a sua condição são bem mais simples que o que parecem. Qualquer observador distraído ao fim de algumas repetições começa a notar regularidades. Ter de fingir que se acredita que um qualquer figurante da peça em representação está preocupadissímo com os seus concidadãos começa a requerer uma dose de energia que já não está à mão de semear. A dramaturgia é, afinal, muito mais pobre do que se supunha. Os encenadores são medíocres, os actores bastante amadores e a cenografia está a cair aos pedaços. Fingir que se leva isto mesmo a sério é o diabo. Eu confesso que me é penoso. Tem momentos em que nem sei como é que ainda não me desmancho a rir incontrolavelmente.
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
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1 comentário:
um gajo num se desmancha a rir poque está sempre à espera do punch-line da piada... e o cabrão raramente aparece. ah, saudades do santana lopes!
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