sexta-feira, novembro 19, 2010

Grande Maçada

o que é aborrecido, nos dias que correm, não é que as pessoas sejam o que sempre foram. Independentemente do género, do upbringing, das habilitações literárias, somos o que somos. E nunca fomos grande coisa. E, ainda bem. Seres perfeitos seriam ainda uma maçada maior.

Mas o que aborrece tanta gente, hoje, é que o escrutínio voluntário ou involuntário, a que nos sujeitamos e por maioria de razão afecta as "figuras públicas", revela-nos despidos. E de repente gente que nos ensinou a falar português na televisão, com ares e modos particularmente afectados e pomposos, é escutada ao telemóvel a falar como uma vulgar cabeleireria de bairro fala da concorrente da esquina da rua. O que aborrece esta gente é que é cada vez mais difícil parecer o que nunca se chegou a ser. Nem se pode ser.