segunda-feira, novembro 05, 2007

A missiva

Ora no dealbar do segundo ciclo do ensino básico na escola EB+2/3/1,65+NO+ER+ES ou coisa parecida de Carcavelos fomos (criançada e pais) recebidos pelo "gerente do projecto pedagógico" ou melhor pelo "grande timoneiro do projecto educativo" que entre outras coisas nos seduziu com o cuidado colocado no refeitório e na excelência da comidinha prás nossas crianças... aliás, já no dia da cerimónia de recepção ficou ali logo patente a excelência do pequeno lanche que a malta tinha direito enquanto os pais se reuniam pela primeira vez com os(as) diretores(as) de turma. Não só a comida parecia um festim como era quase luxuriante visualmente entre papaias, mangas, uvas, kiwis, melancias e melõe e saladinhas de pinhão e eu sei lá que mais...

Tudo devidamente enquadrado por nutricionistas que, ali logo e sem aviso prévio, fomos notificados, era inovação de relevo daquela equipa dirigente e daquela escola aspirante a subir fartos degraus nos rankings. Comida saudável, fresca, de frescos devida e cuidadosamente confeccionada por pessoal carinhoso e avós de outras crianças, selo de qualidade que tranquiliza qualquer pai que já foi neto. Ponto final. Parágrafo, senhores ouvintes.

Posteriormente, reforçava-se a atenção e preocupação com os estouvados infantes, pois nem sequer sopinha de legumes e fruta abocanhavam na cantina e iam directamente ao bar cultivar o colesterol em pizzas e cachorros pelo que os pais deveriam estar atentos. Isto e novo aviso de piolhos à solta era o saliente e sublinhado na segunda reunião de pais.

Hoje, foi reposta a normalidade. Veio missiva afiançando que a avó principal se tinha reformado, de modos que a Direcção Geral Regional do Ensino Básico de Lisboa e do não menos imponente Vale do Tejo, competentíssima para o assunto tinha adjudicado o fornecimento da paparoca a uma dessas empresas de catering que, porventura, terá sobrevivido à sanha da ASAE. Ignora-se o que terá acontecido às restantes avós da cantina e às benditas técnicas de nutricionismo....

Uma coisa é certa, o projecto pedagógico sofreu rombo assinalável, o nutricionismo nem se fala, e agora a comida da cantina é pré fabricada e refrigerada e requentada numa promiscuidade de óleos e sebos e margarinas e ranço, os frescos liofilizaram-se (com sorte) e o equilíbrio de ácidos e proteínas e hidratos foi chão que deu uvas...

1 comentário:

Álex disse...

válha-nos deus que ganda gaita! tá decidido, daqui a 1 ano e meio, acabada a primária (ainda se chama assim? de certeza que não : )) o meu D. vai para a Aldeia dos Macacos aqui ao lado dos Maristas! também deve ter comida de plástico mas fica mais pertinho