Mais de 10.000.000% de aumento de casos de violência sobre velhos
De seguida, algumas dezenas de tarefeiros e estagiários pagos a sandes de fiambre são despachados em busca do momento emotivo. Do olhar de tristeza. Da situação de impotência e de solidão. No estúdio um jornalista/apresentador/entertainer com voz de Orson Wells amplifica o drama o horror a consternação. Lança a bisca para um dos habituais advogados, psicólogos, sociólogos, jornalistas desportivos, generais reformados, especialistas em armas termonucleares e geoestratégia que habitam o espaço comunicacional e, estão permanentemente contactáveis e disponíveis para expressar uma visão instantânea sobre o que seja necessário e pago a recibo verde. A percentagem, claro está, diz respeito a uma comparação absurda. Contra um tempo em que nem sequer se contavam tais minudências. Não existia, desde logo, o conceito. Antes, como agora, os velhos levavam quando se borravam ou mijavam, quando recusavam a comida. Só que agora, felizmente, há alguma censura social a essa realidade triste. A natureza humana é a mesma. A compaixão é a mesma. O que mudou foi a exposição pública. A violência sobre velhos, sobre mulheres, sobre crianças tornou-se odiosa. Não graças à histeria induzida pelos mídia e pelos bobos que a manipulam. É que depois do reflexo pavloviano do exagero e da erupção da histeria o que sobrevêm é de novo a indiferença. O conceito de violência doméstica, por exemplo, substituiu lentamente a sabedoria consuetudinária que caucionava as frequentes cargas de porrada sobre as esposas porque sim ou porque o Benfica perdia e que se consubstanciava no princípio que "entre marido e mulher não metas a colher". Contudo chegámos à noção de violência doméstica porque as mulheres e alguns homens foram conversando sobre o tema e foram chegando a novos consensos, não porque a histeria provocada com imagens fortes tenha ajudado muito. As imagens fortes e o ruído condenatório que se lhes em geral provoca reacantonamentos e não aumento do diálogo e dos consensos. Isto é, quando se gera uma histeria sobre os "homens" em geral, tipo são todos uns porcos, isto conduz os "homens" a reagir como "classe" e a negar não só a dimensão do fenómeno como muitas vezes o próprio fenómeno, oq ue prejudica a evolução do combate ao fenómeno.
Vem isto a própósito da histeria de hoje com os 140 casos de miudos que levaram "armas" para escolas. Sendo que no final alguns são canivetes, coisa que no meu tempo quase todos os miudos tinham... outros eram armas de fingir, e nalguns casos armas reais. Coisa que no meu tempo também se dava ao caso...
Gera-se uma histeria desnecessária que levanta receios infundados nos miudos sobre a sua escola, espaço em que em geral circulam com grande segurança. Mas os jornalistas são umas putas como outras quaisquer. Alegadamente até um código deontológico possuem. Deve ser bastante cómico. Os gestores e donos de empresas de meios de comunicação são também bastante patuscos. Parece que são "reféns" impotentes do mercado e do sangue e sound bites que o "mercado" exige. As putas propriamente ditas são merecedoras de compaixão. Estas outras putas que vivem dos excrementos são só isso mesmo.
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1 comentário:
Mãos de geleia.
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